quarta-feira, 8 de julho de 2020

Do olhar que nos guardou o tempo





Ainda me cabe no olhar
a imensidão do mar
que nos guardou o tempo.

A idade não tem nome
nem habita na boca do vento.

Acendo a luz no meu corpo
e ofereço-te um coração antigo
pôr do sol rendido
ao abraço do mar.

Entardece.

Recolho o brilho das estrelas
no meu chão d’eternidades
assim como quem costura
uma teia de luz pura
na viagem das horas.

O verso cola-se à pele
e as palavras escorrem pelos dedos
devagar.

Entardece.

Mas ainda cabe no tempo
a imensidão do olhar
que nos guardou o mar.


BL



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