terça-feira, 5 de agosto de 2025

Rio de ecos

 

 



Desenho em traços sem nexo

um jardim de afetos

que em prosas e versos

e em esquinas perdidas

me incendeia as veias.

 

Em mim flui ainda

um rio

que em morosos movimentos

se solta de cais e amarras

e se dispersa por folhas brancas

onde acendo velas

e suspendo boias

visíveis nas vidraças das janelas.

 

Enegrece o azul

num tempo de imagens e de enigmas

que se refletem em espelhos

presos na moldura de nuvens

onde o horizonte sombreia.

 

E eu

sentada em degraus de pedra

desdobro a vida que passa num leito de ecos

pela noite branca.




BL

20.07.2010





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